PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA - PNAIC

PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA - PNAIC- Programa Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

Olá amigos e amigas do SOESCOLA.COM

Hoje trago para vocês um projeto sobre o dia da consciência negra. Ele foi desenvolvido na "Escola Municipal Higino Guerra" para alunos do 1, 2º e 3º ano do ensino fundamental, sob supervisão do Programa PNAIC e das professoras Luciana, Grauce e Maria Betânia.
PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA - PNAIC
PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA - PNAIC

Este PROJETO tem como objetivo Trabalhar as questões étnicas raciais com crianças  pode trazer resultados positivos, uma vez que elas passam a considerar as diferenças e como algo normal e a escola deve divulgar o lado positivo da história negra. A literatura infantil Menina bonita do laço de fita um clássico de Ana Maria Machado será o meio mais prazeroso para tratar desta questão com crianças, pela forma sutil e prazerosa que a autora trata a  beleza negra, com muita delicadeza, com simplicidade, usando uma linguagem suave que encanta a criança, porém forte, permitindo, portanto, aos professores junto às crianças refletir sobre as questões raciais, afetivas, familiares e as diferenças de cor.

Veja também:
OBJETIVO GERAL: 

Levar ao aluno à valorização do ser humano, ajudando-os na reflexão, quanto às semelhanças, diferenças étnicas e sociais e relações familiares.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 

- Apropriar de valores como o respeito a si próprio e ao outro; 
- Elevar a autoestima das crianças de cor escura; 
- Promover discussão sobre os valores humanos, da beleza negra e da diversidade
- Levar a criança a perceber, que suas heranças, desde seu cabelo até a cor de sua pele muitas vezes são herdadas de seus familiares; 
- Respeitar as diferenças.

CONTEÚDOS:

 - Identidade;  afetividade; Família; diversidade étnica e cultural.

 RECURSOS MATERIAS:

-  Livro Menina bonita do laço de fita
- Data show para projetar a história o Cabelo de Lelê.

SITUAÇÕES DIDÁTICAS:

 - Organizar uma roda de conversa para iniciar a ler o livro;
 - Falar sobre a autora da história, como uma escritora que gosta de escrever, principalmente para criança;
 - Durante a leitura ocultar as gravuras e instigar a curiosidade nas crianças;
 - Depois mostrar a capa do livro para as crianças, fazendo questionamento sobre a ilustração. A cor da pele da menina, o cabelo...
 - Ler a história, explorando bastante. Falar sobre as características que herdamos de nossos pais, das particularidades de cada um, cor, estatura, cabelos, lábios... Saber, portanto, das diferenças que muitas vezes são herdados dos nossos familiares.
 - Explorar o relato das crianças: Se gostam ou não do personagem e por quê;
 - Esclarecer para as crianças que todos têm em sua origem, uma historia e que ninguém é igual a ninguém.
-Confecção de um livro com sua história de vida e heranças familiares.


CULMINÂNCIA:

- Construção de um painel com fotos que apareçam pessoas de várias cores, com o título: VIVA AS DIFERENÇAS!
-Dramatização do livro.
-Exposição de fotos das próprias  crianças.

ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM O LIVRO MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
(Ana Maria Machado)

ÁREA DE CONHECIMENTO: Língua Portuguesa
OBJETO DE ESTUDO: Diversidade Étnico-Cultural Brasileira Ensino Fundamental – 1º ao 3º ano

* Desenvolvimento do tema da diversidade, não somente com o objetivo de apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, contribuindo para que as crianças se apropriem de valores como o respeito a si próprias e ao outro, mas também com o objetivo de elevar a auto-estima do aluno negro.  As atividades serão desenvolvidas durante um período mínimo de cinco dias, (lembrando que essa sugestão de aulas não poderá ocorrer num dia só) no decorrer dos quais o professor irá:

1. Apresentar a história à classe, contando-a, sem mostrar o livro.
2. Pedir às crianças que deem um título (um nome) à história ouvida, escrevendo na lousa as sugestões apresentadas.
3. Contar que quem escreveu a história foi Ana Maria Machado, uma escritora brasileira que escreve livros para crianças, principalmente. Ler a biografia da autora.
4. Dizer o título do livro: "Menina bonita do laço de fita" e comparar com os nomes apresentados pelos alunos na atividade perguntando a eles se gostaram mais do nome escolhido por eles próprios ou o escolhido pela autora; mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um mesmo fato ou situação e que o importante é que aprendamos a respeitar todas as opiniões; comentar os nomes escolhidos pelos alunos, na medida em que se afastam ou se aproximam do nome original da história.
5. Mostrar a capa do livro aos alunos. "Ler" a imagem da capa com eles, fazendo perguntas sobre a ilustração: a cor da pele da menina, do coelho, o cabelo da menina (quem usa cabelo assim? é difícil fazer um penteado como
esse? leva muito tempo?). Destacar o olhar apaixonado, pensativo-sonhador do coelho. Pedir aos alunos que mostrem o que mais na ilustração indica que o coelho está apaixonado. Dizer o nome do ilustrador e falar sobre a importância da ilustração na leitura. Ler a biografia do ilustrador.
6. Ler o livro para os alunos, agora parando em cada página, mostrando as imagens e destacando as palavras e expressões que valorizam a menina, que a retratam como bela: "Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feitos fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra quando pula na chuva.". Os adjetivos e comparações usados pela autora vão além de aguçar a imaginação infantil (olhos = duas azeitonas daquelas bem brilhantes; cabelos = fiapos da noite; pele = pelo da pantera negra quando pula na chuva); eles evocam uma imagem positiva da menina, valorizando nela aspectos como cabelo e cor de pele, que normalmente são "maquiados", escondidos, quando a personagem é negra. A beleza natural da menina ganha enfeites que reforçam seu encanto, dando a ela ares de personagem de contos de fadas, pois: "Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar". Esses dois trechos contribuem para que, ao imaginário infantil a menina seja apresentada como uma bela princesa de contos de fadas, o que é extremamente positivo e eleva a auto estima da criança, que se identificará com a heroína. Perguntar aos alunos se eles têm uma ideia do porquê do coelho querer ter a cor de pele da menina. Será que ele não está satisfeito com a própria cor? Comentar com as crianças as respostas dadas.

* É importante que o  professor  destaque que além de muito bonita, essa heroína é também muito esperta e criativa, pois mesmo não sabendo responder às perguntas do coelho, sempre tem uma solução para que ele se torne da cor desejada: cair na tinta preta, tomar muito café, comer muita jabuticaba...
* Antes de ler o trecho que fala da intervenção da mãe no diálogo entre a menina e o coelho, perguntar se alguém lembra como era a mãe da garota.  
Comparar o texto escrito ("uma mulata linda e risonha") e a ilustração da mãe que é a de uma linda moça, moderna, bem vestida e arrumada (enfeitada, pintada, cabelos penteados), o que também contribui para que a classe forme uma imagem estética positiva da mulher negra.
7. Aproveitar a descoberta do coelho ("a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos") e perguntar aos alunos com quem eles acham que se parecem. Essa atividade pode desdobrar-se em outras, por exemplo: 
  
a) as crianças podem entrevistar os pais para saberem com quem se parecem e apresentar os resultados da pesquisa oralmente (Por exemplo, dizendo frases como: Minha mãe diz que meus olhos são parecidos com os dela, mas que meus cabelos e minha boca se parecem com os da minha avó.);

b) os alunos podem levar fotografias de parentes (pais, avós, tios, irmãos, por exemplo); atrás de cada foto deve constar o nome da criança que a trouxe; os alunos dividem-se em grupos de quatro. As fotos de cada grupo são empilhadas, com a frente para cima; os alunos tiram a sorte para ver quem começa jogando, o primeiro pega a primeira foto e tenta adivinhar quem a trouxe, observando as semelhanças entre as fotos e os colegas de grupo; se foi ele mesmo quem trouxe a foto, deve embaralhar a pilha, para que a fotografia saia do primeiro lugar; enquanto for acertando, o jogador continuará jogando. Ganhará o jogo quem tiver acertado mais. Ao final, as crianças devem contar aos colegas de grupo quem são as pessoas que estão nas fotos. Terminada a brincadeira, o (a) professor (a) colocará para a turma a seguinte questão: somos parecidos com as pessoas da nossa família? O coelho branco estava certo em suas conclusões?
8. Pedir às crianças que desenhem: a) a menina do laço de fita e a mãe; b) o coelho e sua nova família; c) suas famílias.
9. Organizar uma roda de conversas. Reler o trecho: "O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: - Ah, quando eu casar quero ter uma filhinha pretinha e linda que nem ela." Questionar: O que é ser bonito? Como uma pessoa deve ser para ser bonita? Provavelmente surgirão respostas diferentes umas das outras. Retomar o que foi dito na atividade nº 4 e mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um assunto e que isso é muito bom, pois o mundo seria muito aborrecido se todos pensassem do mesmo jeito e se, por exemplo, só existisse um único modelo de beleza. Destacar que o importante é respeitar as diferenças. Conversar com a classe sobre os padrões de beleza existentes em "Menina bonita".
Mostrar, num mapa-múndi, os cinco continentes- a América, a Europa, a Ásia, a África e a Oceania, ressaltando que eles são divididos em países, cada um com seus costumes e tradições, suas festas, músicas e danças, suas religiões e seu jeito de ser, pois ninguém é igual a ninguém e é isso que dá graça à vida. 
  
11. Conversar com as crianças sobre as "famílias" (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que esses povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características de suas origens. Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária, nas histórias etc.

12. Retomar a atividade 10 e complementá-la, destacando a importância do respeito à diversidade étnico-cultural que compõe o Brasil.    


* Essas são algumas sugestões, apenas. O  professor deve assumir uma postura de combate a todas as formas de discriminação e preconceito, valorizando as diferentes etnias que constituem o Brasil e que, de certa forma, estão representadas nas crianças que compõem uma sala de aula na Educação. 
* Para finalizar, um destaque: para assumir o compromisso de trabalhar a diversidade cultural e étnica na Educação Infantil/Fundamental, o professor precisa ter segurança quanto ao que será desenvolvido. 

* Um caminho para isso é a reflexão conjunta dos professores nas reuniões pedagógicas, procurando respostas a indagações como: Sou preconceituoso? Já vivi situações de discriminação ou preconceito? E, tratando-se da etnia negra: O que sei sobre o continente africano? O que sei sobre as condições dos africanos escravizados no Brasil? O que sei sobre suas lutas de resistência, seus heróis, suas histórias? Conheço a história de Zumbi? A influência que os africanos escravizados tiveram na formação da identidade brasileira, nas religiões, festas, cantigas, danças, culinária e, principalmente, histórias que contribuem para ampliar o repertório e povoar o imaginário das crianças com representações positivas do negro?

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Este projeto tem 41 páginas e Você pode ter acesso a ele de forma gratuita clicando no link a seguir:

  

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