Plano de Aula da Fábula: O Rato do Campo e o Rato da Cidade |
O Rato do Campo e o Rato da Cidade
O rato Ratobias morava no campo. O rato Ratomé morava na cidade. Ratobias vivia solto no campo e comia trigo e cevada. Ratomé morava em bueiros e comia nos melhores restaurantes da cidade. Ratobias tinha um problema: Corujane, a coruja, que estava sempre esperando uma oportunidade para devorá-lo. Ratomé não se queixava de nada.
Um dia Ratomé foi até o campo visitar Ratobias.
— Não aguento mais essa coruja. Ela vive me perseguindo. Não sei mais o que fazer — reclamou Ratobias.
— Por que você não vem comigo para a cidade?
Lá você estará livre da coruja. Além disso, lá a comida é farta. Você vai saborear verdadeiras delícias — propôs Ratomé.
— Boa ideia!
E lá se foi Ratobias para a cidade junto com Ratomé. Logo que chegaram, um carro quase atropelou Ratobias.
— O que foi isso? — perguntou assustado o pobre do Ratobias.
Ratomé, que já estava acostumado com o movimento da cidade e sabia muito bem se livrar dos perigos, respondeu tranquilamente:
— Isso foi um carro, mas você logo se acostuma.
Em seguida, Ratomé entrou, como uma ventania, dentro de um bueiro. Ratobias, meio tonto, sem saber o que fazer, entrou logo atrás do amigo.
Quando pensou que fosse descansar da viagem e comer um pouco, uma água barrenta começou a cair bem em cima da cabeça dele. Uma porção de coisas foi aparecendo na frente do pobre ratinho cansado: lata vazia, garrafa, copinho de plástico, restos de cigarro, tudo isso boiando na água fedorenta. Vindo de fora, ouvia-se o barulho da chuva que caía pesada. Ratobias não conseguia acreditar no que estava acontecendo com ele.
Mão demorou muito, a chuva lá fora parou, mas a sujeira no bueiro não desapareceu. Ratobias estava cansado e com muita fome. Então, Ratomé disse:
— Vamos ao melhor restaurante da cidade.
Ratobias ficou muito contente e logo se imaginou sentado à mesa e sendo muito bem servido pelos garçons, mas, quando chegaram ao restaurante, tiveram de entrar pela porta dos fundos. Dentro da cozinha do restaurante, Ratomé disse baixinho ao amigo:
— Vamos! Coma o que quiser! Coma à vontade!
Com a boca cheia de água, Ratobias estava prestes a devorar um pedaço de queijo, quando o cozinheiro apareceu com a vassoura na mão.
— Malditos ratos! — gritava o homem, ao mesmo tempo que dava vassouradas, tentando atingir os dois ratinhos, que corriam desordenados.
Ufa! Ratobias e Ratomé conseguiram escapar do cozinheiro. Passado o susto, Ratomé comeu como um verdadeiro rei até ficar satisfeito, mas Ratobias perdera a fome. Então disse:
— Quer saber de uma coisa, amigo Ratomé? Eu vou é voltar para o campo. Lá é o meu lugar!
— Nem pense nisso! A vida aqui é muito melhor. A comida é muito melhor. E a coruja Corujane, que vive lá? Você não tem medo dela? — argumentou Ratomé.
— Tenho, mas eu sempre consigo escapar dela. — Não consigo escapar é dos perigos aqui da cidade. A sujeiratoda nos bueiros em que você vive, os carros, cozinheiros perseguidores de ratos, vassouras... É muito chato ter de passar por tudo isso por causa de uma comida um pouco melhor. Não, isso não é para mim — disse o ratinho decidido.
— Mas, Ratobias, fique. Você acaba se acostumando! Você não pode perder esta comida deliciosa! A comida! Você nem experimentou a comida!
— Desculpe, amigo, vejo que você se delicia comendo até se cansar e está muito satisfeito, mas tudo isso é à custa de muito perigo. Eu sou um pobre rato do campo e vivo mordiscando trigo e cevada, mas prefiro viver do jeito que sempre vivi, com tranqüilidade.
Ratobias voltou para o campo. Lá, sim, ele se sentia feliz.
Ratomé ficou, porque a cidade era o seu lugar.
Moral da história:
Mais vale uma vida modesta com paz e sossego que todo o luxo do mundo com perigos e preocupações.
Fábula de Esopo
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Atividade para produção de texto baseada na leitura da fábula.
Depois de ler a história para os alunos dê a atividade para que possam recontar a história.
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