(Foto Reprodução) - Semana Pedagógica |
Se é verdade que um bom planejamento evita problemas posteriores, certamente a primeira semana do ano é a mais importante para qualquer escola: é quando os gestores e a equipe pedagógica se reúnem para projetar os próximos 200 dias letivos e fazer a revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) - o documento que marca a identidade da escola e indica os caminhos para que os objetivos educacionais sejam atingidos. É o momento de integrar os professores que estão chegando, colocando-os em contato com o jeito de trabalhar do grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os docentes, além de apresentar as informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.
Navegando na internet hoje encontrei alguns Textos para trabalhar na semana pedagógica das escolas postados no blog Ensinando Com Carinho e eu achei maravilhoso e resolvi compartilhar aqui com vocês.
* No final da postagem estaremos disponibilizando um link para que vocês possam fazer o DOWNLOAD dos textos em PDF.
Textos para trabalhar na semana pedagógica das escolas
TEMA – Docência: o amor de forma prática.
Amor é prática. E quando se pensa no conceito de amor somos remetidos a outros tantos sentimentos que nos parecem abstratos. Podemos assim analisar a prática docente como meros reprodutores de conhecimento. Mas, como imaginarmos a relação humana sem ações concretas? Outrossim, o amor é imprescindível para nortear a prática educativa com o objetivo maior de favorecimento em todos os segmentos profissional e pessoal.
Vivenciamos na semana pedagógica momentos em que ações práticas vividas pelos grupos demonstrou que embora sejamos educados para alcançar resultados sem valorizar o processo, faz-se necessário uma auto reflexão perante o grupo para construímos a auto-estima e liberdade necessária para fazermos escolhas que nos tornem profissionais mais humanos e solidários com o grupo na qual estamos inseridos, compartilhando experiências, sejam elas positivas ou negativas.
Positivo é percebermos que somos um todo na busca dos mesmos objetivos, onde as diferenças somadas nos une para sermos melhores do que conseguimos ser, e, quando nos vemos de forma negativa é porque somos incapazes de seguir regras que nós mesmos criamos, e nos damos o direito de impôr aos outros, em especial aos nossos alunos. Somos que tipo de maestro? Que regem um grupo e esquecemos que fazemos parte dessa mesma orquestra?
Percebe-se então que não é utópico acreditar que temos habilidades e competências a serem desenvolvidas. De modo que ao final de cada encontro (reuniões, aulas e cursos) não haja vencidas e nem vencedores, mas pessoas que buscam meios para realizar o que já sabem das mais diversas maneiras.
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TEMA: Semana Pedagógica: Construindo o espírito coletivo
Uma “semana pedagógica”, momento pontual de reflexão e aprimoramento dos profissionais na escola, serve como uma avaliação dos diversos momentos que desencadearam o que entendemos enquanto espaço da aprendizagem. A escola se faz com hábitos. E por que não discuti-los? Por que não aperfeiçoá-lo com o intuito de arrumarmos esta grande casa cultural e histórico que convencionamos chamar sistema escolar?
Na nossa escola não foi diferente, pois nossa semana pedagógica representou esta possível tradição de reflexão em torno das práticas educativas. Podemos olhar e conversar com pessoas que muitas vezes só cumprimentamos rapidamente com “bom dia” ou “boa tarde”.
Podemos discutir publicamente nossas opiniões e relatos de sala de aula que, muitas vezes omitimos pela ausência de momentos como este. Integração, foi uma das claras intenções da semana. Motivação também. O estímulo a sermos não meramente cumpridores de expediente trabalhista, mas educadores, transformadores de ações humanas. E por falar em ações humanas, iniciamos o ano com o curso sobre “Qualidade” afinal, esta deve estar presente sempre, pois o contexto atual exige de todos nós qualidade de vida, qualidade para o mercado de trabalho etc.
Para buscar “Qualidade” precisamos ser criativos e estar realmente motivados com o que fazemos.
Uma programação mereceu destaque: foi o “arrumando a casa”, realizado no BASA (associação do Banco da Amazônia) que proporcionou integração entre todos os membros da família docente com dinâmicas inovadoras para que se perpetue o espírito coletivo entre os membros.
A prática docente necessita de momentos de reflexão pois as mudanças do mundo globalizado ocorrem de forma frenética, atropelando-nos muitas vezes. Assim, é preciso discutir, ver outros pontos de vista, repensar a nossa prática, é preciso não deixar que o sistema nos desumanize.
Oficinas, comunicações, dinâmicas de grupo, discussões, bom humor, simpatia foram ingredientes deste cinco dias em que estávamos avaliando e sendo avaliados com o objetivo de alcançarmos a excelência na docência e a excelência como condição humana.
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TEMA: Profissão Professor: Um sacerdócio de amor!
Um ato de amor! Essa é a expressão que mais se aproxima do que define a docência. Em uma sociedade com crises as mais diversas, deste a crise nas religiões até a crise da instituição-mor, que é a família. O professor carrega consigo a responsabilidade de tentar somar os prejuízos deixados nas vidas de crianças e adolescentes por estas crises.
É dado ao professor a tarefa de toda uma sociedade, a difícil tarefa de formar cidadãos, formar seres humanos com toda a suas potencialidades. O professor precisa lidar com vidas, tendo em mente que cada uma dessas vidas é especial, é uma responsabilidade em potencial ou vários.
Ao maestro é dado a tarefa de liderar, conduzir, sabendo que a música que será produzida irá modificar sobre tudo o próprio maestro.
Assim é a docência. Aquilo que o professor suscita nos seus alunos voltará certamente para ele, seja em forma de poema, de aprovações fantásticas nos estudos e na vida ou até mesmo em forma de indisciplina, que deve ser encarada como uma resposta sempre!
Fazendo um paralelo de tudo isso com a prática docente, o professor precisa conservar sempre a prática de “arrumar a casa”, arrumar suas idéias, arrumar suas expectativas, arrumar o compromisso uma vez firmado quando tomamos a decisão de abraçar o sacerdócio do magistério: o de educar para a vida.
ENSINAR EXIGE APREENSÃO DA REALIDADE
Outro saber fundamental à experiência educativa é o que diz respeito à sua natureza.. Como professor preciso me mover com clareza na minha prática. Preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho.
O melhor ponto de partida para estas reflexões é a inconclusão do ser humano de que se tornou consciente. Como vimos, aí radica a nossa educabilidade bem como a nossa inserção num permanente movimento de busca em que curiosos e indagadores, não apenas nos damos conta das coisas mas também delas podemos ter um conhecimento cabal. A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, fala de nossa educabilidade a um nível distinto do nível do adestramento dos outros animais ou do cultivo das plantas.
A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto aprendido. A memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado verdadeiro do objeto ou do conteúdo. Neste caso, o aprendiz funciona muito mais como paciente da transferência do objeto ou do conteúdo do que como sujeito crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do objeto ou participa de sua construção. É precisamente por causa desta habilidade de apreender a substantividade do objeto de que nos é possível reconstruir um mal aprendizado, o em que o aprendiz foi puro paciente da transferência do conhecimento feita pelo educador.
Mulheres e homens, somos os únicos em que aprender é uma aventura criadora, algo por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao riso e à aventura do espírito.
Creio poder afirmar, na altura destas considerações, que toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais; implica , em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa ser política, de não poder ser neutra.
Especificamente humana a educação é gnosiológica, é diretiva, por isso, política, é artística e moral, serve-se de meios, de técnicas, envolve frustrações, medos, desejos. Exige de mim, como professor, uma competência geral, um saber de sua natureza e saberes especiais, ligados à minha atividade docente.
*FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24ª ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2002.
Retirado do Ensinando com Carinho
Como prometido no inicio da postagem confira a seguir um link para DOWNLOAD em PDF dos textos postados acima:
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