A felicidade é como a liberdade: a minha liberdade não acaba quando começa a do outro; acaba quando acaba a do outro. Se algum ser humano não for livre, ninguém é livre. Se alguém não for livre do descaso, do abandono, ninguém é livre. Assim também se alguém não for livre da discriminação, ninguém é. Portanto, tanto a noção de felicidade quanto a de liberdade são universais.
É aí que elas se aproximam da ética no campo da própria universalidade.´
Fico pensando: que modelo de vida é esse que organizamos no Ocidente, que nos leva a produzir o maior avanço tecnológico da história da humanidade – nós, Homo sapiens modernos, que tivemos nos últimos 50 anos mais exuberância tecnológica do que nunca – e, ainda assim, o que obtivemos? Um turbinamento do cotidiano, uma aceleração que beira a “tacocracia”, a ditadura do rápido, e, em segundo lugar, uma decepção muito grande. Por vezes, a gente tem uma sensação assim: “Isso não está me levando a nada, eu estou indo rápido mas não estou chegando a lugar nenhum”.
(trecho do livro Nos labirintos da moral, de Mario Sergio Cortella e Yves de La Taille. Papirus 7 Mares)
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